Guilherme Gaensly

Guilherme Gaensly (1843-1928) nasceu em Wellhausen, na Suíça, e mudou-se com a família para a capital baiana aos cinco anos de idade. Em 1871, já tendo passado por um período de aprendizado no ateliê de Alberto Henschel, o principal retratista da Bahia, abriu seu próprio estúdio fotográfico em Salvador, então a segunda cidade mais populosa do país, onde atuou com sucesso por três décadas – até 1895 – e cultivou, além do retrato, um estilo próprio e rigoroso como fotógrafo de paisagens.

Em 1882, o estúdio de Gaensly ganhou como sócio seu cunhado Rodolpho Lindemann. Em 1894, a próspera empresa Gaensly & Lindemann abriu uma filial em São Paulo e seu sócio mais famoso mudou de cidade, já com mais de 50 anos, para começar uma vida nova.

Gaensly passou a se dedicar ao registro de paisagens urbanas, produzindo importantes registros da cidade que eram vendidos como fotos em papel albuminado e colotipias impressas na Suíça, comercializadas em álbuns. Sua série sobre a chegada dos imigrantes italianos ao porto de Santos e à cidade de São Paulo é admirável. Em 1899, foi contratado como fotógrafo oficial pela The São Paulo Railway, Light and Power Company, função na qual permaneceu até 1925, três anos antes de sua morte.  Um dos exemplos de imigrição Suíça para o Brasil, a partir das informações sobre a vida e obra do fotógrafo é possível encontrar em seus registros marcas da arquitetura urbana e paisagens do início dos anos 1900, principalmente em Recife, São Paulo a na capital baiana. Tal fato atraiu minha atenção para as imagens, que diferente da maioria das fotografias, não reproduziam retratos e sim elementos urbanos e paisagísticos. Guilherme Gaensly foi o responsável por deixar algumas das obras mais significativas sob a perspectiva da memória urbana, da arquitetura e da cultura da cidade de São Paulo.